quinta-feira, 21 de maio de 2020

As lições da gripe espanhola

Isso não é um respirador (a gripe espanhola não causava pneumonia). Trata-se de uma máscara que supostamente filtrava o ar para barrar o vírus. Inócuo, já que a boca ficava de portas abertas para o influenza. (Getty Images/ Lucas Jatobá/Superinteressante)


As lições da gripe espanhola
Há 100 anos, ela colapsou sistemas de saúde, matou 50 milhões de pessoas e deu origem à caipirinha. Também deixou ensinamentos sobre como lidar com vírus desconhecidos. Lembrá-los agora é uma questão de vida ou morte.
Texto: Alexandre Carvalho | Design: Lucas Jatobá
O pedreiro João Bezzana precisou interromper o serviço – uma obra na Rua Brigadeiro Luiz Antônio – quando começou a chover em São Paulo. Já era o meio da tarde, ele estava molhado e decidiu que o melhor era ir logo para casa. Ou para o bar. Parou num boteco da Rua Augusta e bebeu até cair. Literalmente.
De volta à rua, trôpego, foi acometido por um ataque epilético e se esparramou na calçada, entre contrações musculares, até ficar desacordado. Foi quando passou por ali um veículo cada vez mais comum naqueles dias, novembro de 1918: um coletor de cadáveres.
Quando viram Bezzana inconsciente no chão, o motorista e seu ajudante imaginaram que fosse mais um entre os tantos mortos que as famílias levavam para a via pública, com medo de que contaminassem, em casa, os que ainda sobreviviam à pandemia. O pedreiro foi recolhido apressadamente e jogado na caçamba, no alto de uma pilha de corpos, para ser levado ao Cemitério do Araçá.
Horas depois, já refeito da convulsão e da bebedeira, João Bezzana abriu os olhos. Mas então supôs que estivesse ainda sob efeito do álcool: viu-se deitado num caixão, ao lado do que seria sua sepultura de indigente. Apavorado, saiu correndo e pulou o muro do cemitério que dava para a atual Avenida Dr. Arnaldo – assombrando os coveiros que aguardavam uma trégua da chuva para enterrá-lo.
O episódio aconteceu exatamente no ápice da gripe espanhola – que durou dois anos, mas concentrou suas mortes em 1918, último ano da Primeira Guerra Mundial. Essa gripe, transmitida pelo vírus influenza A do subtipo H1N1 – o mesmo que assustou o planeta em 2009 –, infectou um terço da população global e tirou a vida de 50 milhões de pessoas. Há quem fale no dobro.
Colégio Arquidiocesano, em São Paulo: em 1918, a instituição, com aulas suspensas, converteu-se em hospital de campanha, com 400 leitos.
Colégio Arquidiocesano, em São Paulo: em 1918, a instituição, com aulas suspensas, converteu-se em hospital de campanha, com 400 leitos. (Getty Images/Superinteressante)
Para você ter uma ideia da fúria desse agente infeccioso, ele matou em 24 semanas mais gente do que a aids levou em 24 anos. Na história das pragas, só a varíola (300 milhões ao longo do século 20) e a Peste Negra (200 milhões no séc. 14) provocaram mais mortes. Mas ambas precisaram de anos e anos para matar tanto. A gripe espanhola foi mais fulminante: fez basicamente todo o seu estrago em um único semestre. As estimativas são de que 3% dos infectados morriam. É a mesma taxa que a OMS considera para a Covid-19.
Antes da morte ou da cura vinham dor de cabeça aguda, febre alta, calafrios, tosse seca, dores no corpo, diarreia e um cansaço invencível. Sim, parecido com os sintomas do novo coronavírus. Quem conseguia parar nesses incômodos podia se considerar um sujeito de sorte. Nos demais, as complicações envolviam pneumonia, insuficiência respiratória severa e cianose, quando o rosto fica azulado e os pés escurecem por falta de oxigenação. Enfermeiros da época, sobrecarregados, nem cuidavam de quem aparecesse com os pés escuros: sabiam que era uma sentença de morte. Ninguém nesse estágio da doença escapava.
Não que os médicos soubessem curar os casos mais brandos. Remédio, não havia. Até porque, na época, nem se sabia direito o que era um vírus – os microscópios não tinham tecnologia para detectá-los. Mesmo o causador da gripe comum só seria isolado em laboratório em 1933. Restava aos hospitais aliviar os sintomas, quando dava.
Outro mistério que desafiava a medicina era a taxa de mortalidade em relação à faixa etária. Ela era especialmente letal na casa dos 20 aos 30 anos – que pela lógica deveria ser mais resistente. A explicação é que a cepa de 1918 desencadeava uma resposta exageradamente intensa do sistema imunológico, provocando rápida liberação de células imunes.
Quando essa reação é exacerbada, tende a haver sobrecarga do organismo, levando a inflamações graves e acúmulo de líquido nos pulmões. Na época, então, quem tinha sistemas imunológicos fortes – justamente os mais jovens e saudáveis – acabava sufocado pelas próprias defesas do organismo. E tombava mais rápido.
No Brasil, os primeiros casos da gripe espanhola foram registrados em agosto, quando o vírus desembarcou do navio Demerara, que vinha de Portugal e fez diversas paradas ao longo da nossa costa. Até dezembro, quando a gripe desapareceu do País, 35 mil brasileiros sucumbiram à doença, no mínimo – imagine como deveria ser a subnotificação um século atrás.

Em São Paulo, a média de mortes na cidade subiu de 33 óbitos por dia em 1917, antes da pandemia, para 250 em 1918. No total, foram mais de 5.300 mortes por gripe espanhola na capital paulista. E a conta foi pior para os cariocas – que vivem no litoral, em contato próximo aos navios que chegavam do exterior: 12 mil vítimas do influenza.
No caos absoluto, o quase-sepultamento do pedreiro João Bezzana não era um episódio extraordinário. Estima-se que muita gente tenha sido enterrada viva no País, porque a gravidade dos casos frequentemente confundia os médicos, que tinham dificuldade de distinguir o vivo do morto – estamos falando de profissionais extenuados, e muitas vezes doentes.
Também faltavam coveiros experientes: muitos morreram pelo contato com os cadáveres – a ponto de as prefeituras convocarem presidiários para fazer os enterros. E, finalmente, faltava cemitério para todo mundo – nesses locais, o quadro era de corpos insepultos nos corredores.
Images/Superinteressante)
Os pobres, como hoje, eram os que mais sofriam, mas o vírus era democrático. No Brasil, morreram de gripe espanhola o poeta Olavo Bilac e até o presidente Rodrigues Alves. No exterior, o vírus levou o sociólogo Max Weber, o pintor simbolista Gustav Klimt, uma das filhas de Sigmund Freud e até o avô de Donald Trump.
Ancestral da crise do coronavírus, a pandemia de 1918 deixou um manual do que fazer e não fazer diante de um vírus homicida e desconhecido. E alguns legados também. Aqui, por causa da gripe, foi estruturado um Departamento Nacional de Saúde Pública, que seria semente do futuro Ministério da Saúde.
Outra herança está nos bares. A população brasileira em peso recorreu a uma mistura de pinga (“álcool mata os germes”), mel e limão. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça, foi essa combinação supostamente terapêutica, no período da gripe espanhola, que deu origem à caipirinha.
Isso não é um respirador (a gripe espanhola não causava pneumonia). Trata-se de uma máscara que supostamente filtrava o ar para barrar o vírus. Inócuo, já que a boca ficava de portas abertas para o influenza.
Isso não é um respirador (a gripe espanhola não causava pneumonia). Trata-se de uma máscara que supostamente filtrava o ar para barrar o vírus. Inócuo, já que a boca ficava de portas abertas para o influenza. (Getty Images/ Lucas Jatobá/Superinteressante)
Gripe americana
A Espanha não merecia a publicidade negativa. A gripe foi chamada de “espanhola” porque, quando ela começou a matar soldados dos dois lados da Primeira Guerra Mundial, nenhum país divulgava o avanço dos contágios. Podia ser um golpe na motivação dos soldados – além de uma informação estratégica capaz de animar o inimigo. No meio desse duelo de desinformação estava a Espanha, que, neutra no conflito, não tinha motivo para censurar os relatórios das autoridades de saúde.
Como os jornais só traziam notícias de espanhóis gripados, deu a entender que a doença surgiu por lá. Mas não. Embora haja teorias diversas sobre seu berço, a mais aceita é de que a praga tenha começado neste lado do Atlântico: nos Estados Unidos. E entre os militares.
O vírus surgiu nos EUA e matou mais americanos que as duas Guerras Mundiais, a Guerra da Coreia e a do Vietnã juntas
Os primeiros casos nos EUA aconteceram em quartéis que treinavam recrutas americanos para a guerra, ainda no início de 1918. O vírus logo ultrapassou as fronteiras dos acampamentos e passou a abater civis de norte a sul do país. Então pegou carona nos navios de combate e foi parar nas trincheiras da Grande Guerra. A pandemia entrava em curso.
Houve surtos no mundo todo, em questão de semanas. Na Rússia soviética, a doença tinha outro apelido: febre siberiana. Na Sibéria, era a febre chinesa. Na Espanha – que queria se livrar da “autoria” da enfermidade –, ficou como febre russa. No Alasca, as populações inuit acreditavam estar sendo atingidas por um “espírito branco”.
Na sociedade civil, houve incríveis semelhanças de comportamentos e (más) decisões políticas com o que está acontecendo hoje. Governos que demoraram a reconhecer a agressividade do vírus – por falta de informação ou para preservar a indústria e o comércio – tiveram mais mortes em comparação a lugares que logo tomaram uma atitude firme, mas impopular.
As máscaras se tornaram tão onipresentes quanto estão hoje – só que havia mais aglomerações. Caso deste jogo de baseball nos EUA, com público.
As máscaras se tornaram tão onipresentes quanto estão hoje – só que havia mais aglomerações. Caso deste jogo de baseball nos EUA, com público. (Getty Images/Superinteressante)
Vale a pena observar o que aconteceu em duas cidades americanas, opostas no modo de lidar com a crise: Filadélfia e Saint Louis.
O vírus começou a se espalhar pela Filadélfia a partir de 19 de setembro, quando, em poucos dias, 600 marinheiros se apresentaram aos hospitais, infectados. Numa decisão que custou milhares de vidas, a prefeitura decidiu tratar aquela influenza como “uma gripezinha”.
Manteve, por exemplo, um grandioso desfile a céu aberto que tinha objetivo de promover os títulos do governo para patrocinar a participação na guerra. Cerca de 200 mil pessoas se aglomeraram para acompanhar o evento, que assim se tornou um epicentro de disseminação do vírus.
Conforme os casos se multiplicaram, evoluindo para colapso do sistema de saúde e mortes em massa, a prefeitura se arrependeu e passou a adotar medidas de contenção. Mas era tarde. Enquanto a Filadélfia levou duas semanas para começar a agir contra o vírus, Saint Louis demorou só dois dias entre o surgimento dos primeiros casos e o confinamento da população.
A cidade imediatamente fechou escolas, bibliotecas, restaurantes, teatros, casas de shows… e igrejas também. Resultado: enquanto a Filadélfia se transformou em uma das cidades americanas mais atingidas pela gripe espanhola, com 16 mil mortos, Saint Louis não passou de 700 mortes
Entre os acertos, esteve o estímulo ao uso de máscaras. A proteção das vias aéreas foi adotada abrangentemente – ainda que, por uma questão de desconhecimento, alguns modelos de máscara protegessem só o nariz, deixando a boca como porta para o H1N1.
O período mais terrível da gripe espanhola terminou em dezembro de 1918, tão rápido quanto começou – embora ainda houvesse casos esparsos até 1920. Acabou como toda pandemia assim acaba: grande parte da população já tinha sido contaminada. Tornou-se imune, e o vírus pereceu por falta de novos corpos abertos para uma invasão.
Não foi o caso de um italiano que nasceu durante aquela pandemia. Seu nome, agora, só um hospital de Rimini sabe – além de seus familiares e amigos. Aos 101 anos, “Senhor P.”, como os médicos o chamaram, enfrentou agora o coronavírus. É um caso raro de superidoso, centenário, que se curou plenamente da Covid-19. Um highlander que venceu duas pandemias – e que nos enche de esperança



Superinteressante

sábado, 16 de abril de 2016

ANIMAIS DE PODER

Mergulhe na cultura milenar Xamânica! Dentro do Xamanismo, a figura do Animal de Poder tem uma conotação muito importante e profunda. Cada pessoa pode ter afinidade com um ou mais animais de poder, sendo que cada um está ligado a aspectos diferentes.
Saiba um pouco mais sobre essa culura espiritual ancestral do Xamanismo.

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Animais de poder no Xamanismo:



Para os povos indígenas, o lobo é o mais fiel dos guias animais, o símbolo do professor da tribo, encorajando-nos a enfrentar novas idéias e projetos. O lobo é um explorador de rotas, precursor de novas idéias que volta para tribo para ensinar e compartilhar a medicina. O senso do lobo é muito aguçado e a lua é sua aliada de força.
A Lua é símbolo da energia psíquica ou o inconsciente que segura os segredos do conhecimento e da sabedoria. Banhando-se na lua pode indicar o desejo do lobo para ligar idéias novas que estão embaixo da superfície da consciência. A medicina do lobo permite o professor dentro de nós todos aparecer e ajudar os filhos da Terra a compreender o grande mistério da vida. Amor, relacionamentos saudáveis, fidelidade, generosidade, ensinamento. 

ABELHA:

Comunicação, trabalho árduo com harmonia, néctar da vida, organização. Expressa a necessidade de melhorar sua comunicação com o plano sutil, com a riqueza material, com a fartura. É preciso procurar mais as coisas do espírito, deixando um pouquinho a sua maneira obsessiva de organização.

ÁGUIA:

A iluminação, a visão interior, invocada para poderes xamânicos, coragem, elevação do espírito a grandes alturas; é o símbolo do espírito. A águia nos ajuda a ver a vida num contexto mais amplo, permitindo-nos tomar decisões e definir metas com clareza e objetividade. Um dos símbolos mais bonitos dessa poderosa ave é fornecido pelos índios pueblos. Eles acreditam que a águia veio dos céus. Com habilidade para passar por uma espiral através de um buraco no firmamento, ela veio de seu lar, o Sol. Ela nos mostra que devemos planar acima dos acontecimentos mundanos, vendo tudo de cima; nos auxilia a abandonar os aspectos superficiais e ver realmente o tamanho que as coisas possuem.
Para os xamãs, a águia é sempre um aviso de iniciação ou uma jornada espiritual, representa uma grande mudança na vida. As penas da águia são consideradas o mais sagrado instrumento de cura. Elas têm sido usadas durante séculos por xamãs para purificar as auras dos pacientes vindos a eles para se curar. 
Se a águia majestosamente planou nas visões, você está sendo colocado na notificação para ligar-se ao elemento ar. O ar é do plano mental e neste instante é a mente superior. Sabedoria vem em formas estranhas e curiosas e é sempre relacionada à força criativa do Grande Espírito.

ALCE: 

O alce americano, ou caribú para os xamãs, manda fazer cursos, estudar mais e reavaliar com antecedência o seu futuro, premeditar. Usar mais a auto-estima, defendendo-se das invejas e ofensas com sabedoria. Resistência, auto-confiança, competição, abundância, responsabilidade.

ANTÍLOPE:

A medicina do antílope é o conhecimento do círculo da vida. Conhecendo a morte, o antílope pode realmente viver. Ação é a chave e essência do viver. Se você se sente bloqueado, chame a medicina do antílope. O antílope fala faça agora, não espere mais. Tome coragem e pule, seu senso de ritmo está perfeito. O antílope significa ação inteligente.

ARANHA:

A mensagem mais importante da aranha é que você é um ser infinito que continuará a tecer os modelos da vida e vivendo inteiramente o tempo. Foi o primeiro ser vivo que desenhou a mandala. É o símbolo da criatividade e das artes em geral. Traz prosperidade em tudo o que faz. Criatividade, a teia da vida, manifestação da magia de tecer nossos sonhos.

ASNO:

Agradeça à Deus por tudo, não reclame da vida e dos fardos que carrega. Afinal você os escolheu... Aprenda sozinho a se livrar deles. Saiba que a porta da entrada é a mesma da saída. Cuide mais do seu comportamento, ande no seu caminho e vá à luta. Não estacione e pare de transferir karmas para si mesmo.

BALEIA:

As baleias carregam todos os registros da Mãe Terra e da Mãe Água. Pede para se preocupar mais com o interno do que com o externo. Ela emite sons que equilibram o corpo emocional; simboliza: origens. 

BEIJA-FLOR:

Os beija-flores parecem ter a vibração mais alta e suave da Natureza. São as únicas aves que voam em qualquer direção, para cima, para baixo, para trás e para os lados. Devido à rapidez com que batem as asas, parecem aos nossos olhos estar completamente imóvel no ar. O beija-flor nos estimula a encontrar a doçura e a alegria de cada situação. Se o beija-flor tem voado nas suas visões, prepare-se para rir musicalmente e apreciar muitos presentes do Criador. Mensageiro da cura, amor romântico, claridade, graça, sorte, suavidade, alegria e entusiasmo. 

BORBOLETA:

A borboleta nos ensina a perceber todas as etapas necessárias a uma verdadeira transformação, interna ou externa.
Ela passa por vários estágios, de ovo para larva, desta para casulo. E finalmente nasce. Com isso, ela nos ensina que os estágios são importantes, indispensáveis, para que não se pule de fase sem a devida atenção ao que está sendo feito. Devemos ter sempre clara a idéia de eterno ciclo de autotransformação. Clareza mental, novas etapas, liberdade.

BOI:

Lute honestamente pelo que é seu e saiba que na vida nada se compra, as coisas devem ser conquistadas. O boi alerta que deve parar com teimosias, precisa movimentar seu corpo, não esperando que os outros façam tudo por você. Durma menos, movimente-se e medite.


BÚFALO:

Os xamãs e índios norte-americanos chamam-no de totanka. Considerado como guardião dos segredos, sabedoria ancestral, tolerante, procura a paz e defende sua prole. 
Muitos animais são sagrados, mais para a maioria das tribos indígenas o búfalo é o mais sagrado entre eles. 
Sempre foi reverenciado como símbolo da abundância, o que nos lembra das preces de agradecimento ao Alto por tudo o que temos nesta vida. Pois o sinal que o búfalo nos dá é de que nada se consegue aqui sem a ajuda do Criador de todas as coisas e de que precisamos nos sentir humildes em sua expressão mais profunda para aceitar e receber a fartura. Sabedoria ancestral, esperança, espiritualidade, preces, paz, tolerância. 

CABRA:

Nutrição do corpo e da alma, sabedoria para achar seu alimento corporal e espiritual. Pare de ficar dando cabeçadas nas pedras ou paredes, pois são duras. A cabra ensina que você pode despertar sua mente com exercícios de respiração e meditação. Determinação para atingir o topo da montanha, brincadeiras.

CACHORRO:

A primeira coisa que nos vem à mente ao ver um cachorro é o que ele melhor simboliza: a lealdade. E isso nos faz pensar em como estamos fluindo na vida nesse aspecto. Estamos sendo leais a nós mesmos, a nossos ideais e valores? Estamos trabalhando em equipe, com lealdade a seus propósitos?
Se o cachorro apanhou ou levou uma bronca, ele ainda retorna amoroso para a pessoa que foi a fonte do seu maltrato. Isto não advém de ser estúpido, mas de uma profunda e compassiva compreensão dos defeitos humanos. É como se houvesse um espírito tolerante habitando no coração de cada canino que requer somente estar de serviço. Lealdade, habilidade para amar incondicionalmente, estar a serviço. 

CAMELO: 

Quebre um pouquinho sua auto-resistência e se sentirá mais vivo e feliz. O camelo é tolerante, calmo, trabalhador incansável e grande amigo da rotina. Conservação, resistência, tolerância. 

CANGURÚ: 

Você terá uma satisfação enorme, sentirá sua utilidade e entenderá sua missão. Dedique-se a serviços voluntários, principalmente no trabalho com criança. Tem muita coragem para seguirem frente nos momentos de fraqueza. Proteção maternal. 

CAPIVARA:

O mesmo que o javali, porém com manias de perseguição. Trabalhe o medo, parando de levar sustos por quaisquer coisinhas ou barulhinhos no seu ambiente. 

CARNEIROS:

Pare de confiar nos outros e fique mais atento, olhe para os lados e tente diagnosticar os perigos, antes que caia nas armadilhas dos lobos. Pureza, inocência, mansidão, o carneiro ajuda a levar ao encontro dos sonhos. 

CASTOR:

O castor é o executor do reino animal. Ele nos dá a grande lição do fazer, assim como nos ajuda a incorporar um forte senso de família e de lar. Com o castor, aprendemos como construir nossa vida com segurança, alegria, estratégia e equilíbrio. Na construção do seu lar, o castor sempre deixa para si muitas rotas alternativas de fuga. Na prática é uma lição a todos nós, para não ficarmos num beco sem saída. 

CAVALO:

Os índios americanos diziam: Roubar cavalos é roubar poder! Esse sempre foi o símbolo maior com que se representou o cavalo nas culturas antigas, o poder. O verdadeiro poder é a sabedoria achada na lembrança da sua jornada inteira. A sabedoria vem de lembrar caminhos que você tem andado nos sapatos de outra pessoa. Poder interior, liberdade de espírito, viagem xamânica, força, clarividência. 

CAVALO ALADO:

Desejo de elevação, transmutação, beleza, viagem astral, novas aventuras, mistério, fascínio.

CENTAURO:

Você agora já está pronta às curas, porém continue sendo humilde. Cuidado com a boca, com a pressa e os exageros. Vá devagar. Instinto animal, ligação homem-animal, anarquia, sexualidade, fertilidade, conhecimentos de cura (Quiron). 

CISNE:

A medicina do cisne nos ensina a ser uno com os planos da consciência e confiar na proteção do espírito grande. Se você viu o cisne, ele conduz em tempos de estados alterados de consciência e de desenvolvimento das suas capacidades intuitivas. Graça, leveza, ver o futuro, fidelidade, vida, paz, tranqüilidade, poderes intuitivos e felicidade. 

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COALA E PREGUIÇA:

Dedique-se mais aos estudos, você tem uma grande bagagem a ser despertada. Então a use para seu próprio benefício, aperte o passo.
COBRA OU SERPENTES: 
A cobra sabe que terá de trocar de pele e se deixar transmutar, aceitando o que lhe acontece de novo. Simplesmente vamos mudando, assimilando idéias e inspirações. Quando notamos, não somos mais os mesmos. A serpente traz a força para nos adaptarmos a novas mudanças de vida. A força da medicina da cobra e a força da criação englobam a sexualidade, a energia psíquica, a alquimia, a reprodução e a imortalidade. Regeneração, sabedoria, sensualidade, cura e psiquismo. 

COIOTE:

O coiote sempre chama quando as coisas ficam sérias demais. Na tradição indígena, simboliza a capacidade de ver a si mesmo com distanciamento irônico. Ele nos anima a renovar a inocência, mesmo em meio ao caos da vida cotidiana. A acordar a sábia criança interior e responder ao mundo como ela o faria. Se você o tem visualizado, você pode ter certeza de que algum tipo de medicina está a caminho, pode ser para seu agrado ou não. Qualquer que seja, boa ou ruim, pode ter certeza de que fará você rir, mesmo que dolorosamente. Você também pode ter certeza de que o coiote ensinará uma boa lição a você sobre você mesmo. Malícia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor. 

COELHO OU LEBRE:

Considerado pelos povos indígenas o símbolo do sustento para o reino animal, o coelho também representa a inocência, fertilidade, medo, abundância, crescimento e agilidade. 
CONDOR:
Idem a águia, é um dos filhos do sol no Peru, representa o Mundo Superior. Pare de voar tão alto, mude, voe para mais longe, saia da rotina, não tenha medo das mudanças, proteja sua vida. Enquanto as águias voam mais alto e circulam na terra, procriando sua espécie em vários lugares, o condor não sai do seu habitat, que é a Cordilheira dos Andes. 

CORUJA:

A medicina da coruja é simbolicamente associada com clarividência, projeção astral e magia. Ela pode ver o que não vemos, e isso é a essência da verdadeira sabedoria. A coruja é chamada de águia noturna em muitas rodas medicinais. Tradicionalmente, a coruja senta no leste, o lugar da iluminação. A coruja pode trazer mensagens para você à noite, através dos sonhos ou meditação. Habilidades ocultas, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga. 

CORVO:

O corvo vive no vazio e não tem noção do tempo. Os antigos chefes contam que o corvo enxerga simultaneamente os três destinos passado, presente e futuro. O corvo imerge em luz e sombra, enxergando ambas as realidades internas e externas. Se o corvo aparece nas suas visões, você vê as leis do grande espírito em relação às leis da humanidade. O caminho primordial do verdadeiro corvo fala em ser atento às suas opiniões e ações. Esteja disposto a colocar em ação o que você fala, fale sua verdade, saiba sua missão na vida, e equilibre o passado, presente e futuro no agora. Mude a forma daquela realidade velha e torne-se seu futuro próprio. Guardião da magia, mistério, predições, mensageiro, dualidade, assistência. 

DRAGÃO:

Pode trabalhar tanto a densidade como a sutileza. Se usar para o mal, um dia ele te queima e te abandona, afastando da sua vida todos os animais de poder, ficando totalmente sem proteção. Toda escuridão vai tomar conta e você pode virar um doente mental. Potência e força viril, proteção, kundalini, calor, mensageiro da felicidade, senhor da chuva, fecundação, força vital. 

ELEFANTE:

Precisa mudar a rotina e parar de ficar andando sempre no mesmo caminho, acumule no seu trabalho outros conhecimentos. O elefante vai na frente, derrubando todos os obstáculos, para você passar sem medo. Simboliza a longevidade, inteligência, memória ancestral, ancestrais enterrados. 

ELEFANTE BRANCO:

Associe ao xamanismo e ao trabalho de cura búdico, como Reiki, Acupuntura, Medicina e todos os conhecimentos dos mestres do Oriente. Força, bondade, escolha de caminhos, ligações extraterrestres, mistério. 

 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O QUE É AUTO - ESTIMA



Não faltam definições, todas simples demais, como “auto-estima é capacidade de sentir prazer em sua própria companhia”. Não há erros nessas definições, mas elas deixam a desejar, especialmente aos mais ciosos de lógica e bom senso. Ainda bem que existe a psicologia, que, em nosso socorro, explica que auto-estima é percepção lúcida de três fatores: da capacidade de enfrentar os desafios da vida, da aceitação das outras pessoas e do direito de ser feliz. 

Dos três, o direito de ser feliz é o mais intenso, pois abrange os outros dois fatores. Somos felizes quando nos sentimos seguros em relação às dificuldades naturais da vida e quando mantemos com as outras pessoas relações harmônicas e construtivas. De fato, a relação da auto-estima com a felicidade parece ser a mais consistente, gerando uma espécie de sistema que se auto-alimenta. A auto-estima saudável garante acesso à felicidade e a felicidade permite a instalação de uma boa auto-estima. 

Entretanto, em nossa cultura, há forte tendência à valorização da opinião do outro. Transferimos, com muita freqüência, o poder de construção de nossa auto-estima para as pessoas que nos rodeiam e para as personalidades que admiramos. Como foi dito acima, a relação saudável e prazerosa com os outros faz parte do tripé que sustenta a auto-estima, mas não é, como às vezes parece ser, a única nem a principal responsável por sua construção. 

Como a auto-estima e a felicidade costumam caminhar juntas, vivem se encontrando na literatura universal. No livro O Vermelho e o Negro, de Stendhal (na verdade, Marie-Henri Beyle, escritor francês do século 19, cuja principal característica é desnudar o espírito humano com frieza e precisão), há um bom exemplo dessa dobradinha, trafegando pelas dualidades humanas. O próprio título remete aos extremos – vermelho e negro estariam representando o bem e o mal, o amor e o ódio, o ser e o não ser. Seu personagem central, Julien Sorel, é filho de um carpinteiro rude, mas dotado de sensibilidade artística e espírito refinado, que anseia viver com a aristocracia. Toda a trama é baseada na necessidade de ser aceito, de ser o que não é e de negar suas origens. 

A felicidade de Julien passava pela aceitação dos outros, aqueles que ele admirava, que o toleravam, mas não o reconheciam como um igual. Belo e sensível, torna-se amante da senhora de Rênal, esposa de seu patrão, e é feliz por ter sido aceito em um leito nobre. Mas, quando um dos filhos da senhora de Rênal adoece, esta acredita que se trata de um castigo divino, pondo fim ao romance. Duro golpe na auto-estima de Julien – nem Deus o aceita como ele deseja ser. Em busca da realização, parte para outros lugares, aprimora sua cultura, faz novos amigos e conhece Mathilde, filha de outro nobre. Ele a engravida, e o pai concorda com o casamento desde que Julien mude de nome, para parecer o que não é – um aristocrata. 

O casamento, entretanto, é frustrado por interferência da antiga amante, que ainda o deseja. Ele tenta então matá-la, é preso e a tragédia se completa com sua condenação à morte. Para surpresa de todos, e dele mesmo, Julien não só aceita como deseja a morte, e isso se deve ao fato de que ele percebeu que jamais conseguiria ser o que desejava, ou seja, não ser ele mesmo. A infelicidade e a tragédia desse personagem da literatura representam o anseio daqueles que buscam o reconhecimento do outro para construir sua própria aceitação. 

O erro não está em respeitar e até desejar a aceitação do outro, e sim em negar seu direito e seu poder de criar uma identidade singular, baseada em princípios próprios e alimentada por causas pessoais. Viktor Frankl, o psicólogo que criou a logoterapia (psicoterapia baseada na busca do sentido) a partir de sua experiência em um campo de concentração, insiste na quebra da visão pendular entre a auto-aceitação e a aceitação do outro. Segundo ele, se você tende a basear sua imagem na opinião alheia, irá se alienar e frustrar para sempre a possibilidade de construir uma personalidade estável. E se você opta por ignorar o outro e construir sua imagem baseada apenas no que você acha certo, tende a se isolar e criar um comportamento psicótico, em que o outro não tem vez nem valor. 

O que Frankl propõe é que você saia do movimento pendular para os lados e crie um movimento para cima, buscando uma causa, uma razão maior que justifique não só sua felicidade, mas também sua existência. Quando estamos ligados a razões superiores, como uma carreira sólida, uma obra social ou um projeto, que pode ser uma viagem, uma família, um livro a ser escrito ou algo assim, temos os elementos de que necessitamos para construir uma autoestima bem sustentada e independente. 

Espelho, espelho meu

Entretanto, negar o papel do outro na construção de nossa auto-imagem não é uma coisa que se deva fazer. A psicóloga Dorothy Brig